O que são lojas satélites e por que são tão importantes nos shopping centers?
Os shopping centers são peças-chave do varejo no Brasil. Combinam consumo, lazer e serviços em um só lugar, atraindo milhões de pessoas todos os meses. Para funcionar bem, esse ecossistema depende de um mix estratégico de lojas: âncoras, semiâncoras e lojas satélites.
Tipos de lojas em shoppings:
- Lojas âncoras: Grandes redes de varejo, supermercados e magazines. Representam cerca de 10% das lojas, mas são fundamentais para atrair fluxo.
- Lojas semiâncoras: Operações de médio porte, como marcas de moda ou decoração. Ocupam cerca de 20% do espaço.
- Lojas satélites: Pequenas e médias lojas, geralmente de marcas franqueadas ou independentes. Elas compõem aproximadamente 70% do total das lojas nos shoppings.
As lojas satélites são essenciais para a diversificação do mix, para o aumento do tempo de permanência dos consumidores e para a geração de empregos. Também são o principal canal para o empreendedorismo de pequeno e médio porte no varejo físico brasileiro.
Por que as lojas satélites estão desaparecendo dos shoppings?
Nos últimos anos, manter uma loja satélite em funcionamento tornou-se um desafio. O principal vilão tem sido o CTO (Custo Total de Ocupação), que envolve aluguel, condomínio e taxas de promoção. Esses custos cresceram muito, especialmente em shoppings administrados por grandes gestoras de capital aberto, que precisam apresentar resultados financeiros cada vez melhores aos investidores.
Dificuldades enfrentadas pelas lojas satélites:
- Aumento dos custos de operação: Aluguéis e taxas pesam mais do que a margem de lucro da maioria das operações.
- Alta complexidade de implantação: Montar uma loja no shopping exige obras, adequações técnicas e investimentos em estoque e pessoal.
- Payback mais lento: O retorno do investimento pode levar anos, o que afasta novos investidores.
- Economia retraída: Menor consumo e maior seletividade do cliente final prejudicam a rentabilidade.
Esse cenário tem levado muitos empresários a abandonarem os shopping centers ou nem mesmo considerarem esse modelo como opção de expansão.
Qual é a solução para manter as lojas satélites nos shoppings?
A resposta está na colaboração entre todos os agentes do ecossistema. Não se trata de uma guerra de forças, e sim de um alinhamento de interesses entre:
- Franqueadoras, que podem adaptar seus modelos para tornar os projetos mais viáveis financeiramente;
- Shopping centers, que devem rever sua política de custos e buscar um equilíbrio entre lucratividade e permanência de lojistas;
- Investidores e franqueados, que precisam operar com excelência, investir em marketing e manter um bom relacionamento com os administradores do shopping.
Uma nova mentalidade: parceria em vez de oposição
Quando todos os lados entendem que o objetivo final é o consumidor — que deseja conveniência, variedade e boas experiências —, fica claro que é possível construir soluções onde todos ganham. Uma gestão colaborativa e estratégica pode garantir que as lojas satélites continuem sendo protagonistas do varejo físico, mesmo em tempos desafiadores.
O que está em jogo para o varejo?
O desaparecimento das lojas satélites nos shoppings vai muito além de um desafio operacional — é um reflexo de um sistema que precisa se reinventar. Se perdermos esse canal de acesso para marcas emergentes, franqueados e pequenos negócios, perdemos também inovação, competitividade e geração de empregos.
Ainda há tempo para reagir. Mas a resposta não virá de decisões isoladas. Somente por meio de parcerias transparentes e estratégias conjuntas é que conseguiremos manter vivo esse elo essencial do varejo.
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